Em sua estréia como carnavalesco, Alex de Oliveira entregou a sinopse do enredo 2009 da escola Unidos do Jacarezinho, no Garnier, Rua Ana Neri, 1540 - em Benfica. O enredo "Ora pois, pois... Tem paticubum à vista", fala sobre os portugueses.
A escola do Grupo B vai desfilar no dia 24 de fevereiro, na Marquês de Sapucaí.
Confira a sinopse:
Presidente: Reginaldo Valadão
Carnavalesco: Alex de Oliveira
Texto: Marcos Roza
“Ora pois, pois... Tem Paticumbum à Vista”
Introdução
O enredo Ora pois, pois... Tem Paticumbum à Vista! É a história do carnaval. Contada pelos “portugueses de alma carioca” que influenciaram o surgimento e a evolução da maior Manifestação Popular de Cultura desse país: o Carnaval do Rio!
Sinopse do Enredo
Vindo de Portugal, como a ternura de uma rima, a certeza, de que a magia e a beleza da paixão carnavalesca do Rio é de influência portuguesa.
Ora, pois, pois sou português que sigo encantado entre o presente e o meu passado. E confesso-lhes que quando aqui cheguei pelas curvas femininas me apaixonei...
Me identifiquei com a alegria dessa terra, dia e noite, noite e dia,
com o espírito carnavalesco e a magia desse paraíso da folia.
Celebramos! Num preito de pura emoção, português no samba, nos traz a inspiração. No enredo do meu samba ele é protagonista que fascina e nos conquista: Ora pois, pois... Tem Paticumbum à Vista!
Tudo começa quando no Brasil... As folias de origem portuguesa, com uma significação religiosa que vinha do céu, “batizadas” como folias de rua ou folias de poviléu. Marcam a primeira manifestação popular com canto, dança e ritual: a Serração da Velha como festa de Carnaval.
Lança-se e joga-se de tudo. Folguedo alegre, mas violento é assinalado em meu estudo: o carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses com o nome de Entrudo. Limões de cheiro, baldes de água, pó de cal... Num toma lá da cá nascia nas ruas do Rio um carnaval popular.
Lá vem o Zé Pereira anunciando a “festa carnal!” Com o seu tambor à cidade estremecer. Que nos dias de folia, tocando pra valer, desfila levando alegria até o dia amanhecer.
Cresce a fama do tal português de “brusca maneira”, quando no fim do século XIX o ator Vasquez elogiou a barulhada “brasileira”, encenando a comédia carnavalesca Viva o Zé Pereira.
Batucada profana! Inspiração dessa festa sem recato. Décadas seguintes o carnaval é reinventado. Sociedades Carnavalescas desfilam exibindo à população grupos fantasiados. Por ser diferente do que outrora era praticado, os requintes cortejos de alegorias mitológicas, históricas e cívicas eram saudados pelo povo como estavam acostumados: lançando-se limões de cheiro nos grandes carros decorados. Por esse motivo dizia à época um português arretado, Antônio Guimarães.
- Tudo que se vê é inesperado. Pétalas de Rosas são jogadas para que o povo assista encantado e os passeios das Grandes Sociedades sejam apresentados.
E é assim que os Zés-Pereiras deram lugar aos piêrros, comlombinas e arlequins que bailaram buscando no amor o desejo de dizer que sim...
Numa época em que a regeneração é geral. O Rio se transforma numa Belle Èpoque Tropical. Boulevards, charutarias, cafés, confeitarias... Lugares onde a mais simples comemoração se transforma num dia de festa nacional; ainda mais, quando se desfilava a bordo de chiques automóveis em pleno dia de carnaval.
Lembremos dos corsos de uma forma que nos complete: dos seus grupos fantasiados e suas divertidas batalhas de confete.
Corsos, cordões, blocos, ranchos quem já viu sabe o que é. Não insinua, reconhece e perpetua, de que são eles os grupos de origem do nosso carnaval de rua. Tanta gente a brincar tanta marchinha a cantar... Tudo nos ensina sobre a festa popular do confete e serpentina.
Ora, pois, tudo se apresenta através do seu olhar. A essa altura o português resplandece, cai no samba e agradece pra nos saudar. Ao som das marchinhas carnavalescas canta e se encanta como se fosse o “general da banda” e num Tchicachicabum homenageia a portuguesa Carmem Miranda.
Pois lhe digo, com o mesmo compromisso de que as palavras aqui têm que rimar. Que foi dos Ranchos e dos Blocos a formação das escolas de samba como criação popular... Numa alegria que parecia não ter fim negros, brancos e até mulatos saem as ruas tocando surdos, pandeiros, reco-recos e tamborins.
Escolas de Samba... Deixa Falar, Portela, Unidos da Tijuca, Unidos de Lucas e até a Vizinha Faladeira... Vem Vila Isabel, Salgueiro, Império Serrano e a Mangueira. Todas seguem, num cortejo, em homenagem a influência luso-brasileira...
Numa grande celebração nomes como Domingos Alves do Salgueiro, Manoelzinho da Vila, e Carlos Texeira... Igualmente homenageados, com a mesma consideração e alegria, tem Fernando Horta, Alfredo Português e Zeca Melodia.
Palmas! Batam palmas, é com muita satisfação que a Unidos do Jacarezinho traz para Avenida os portugueses de alma carioca! Acende as luzes da imaginação e estende na Avenida a sua maior paixão... É branco e rosa a cor do teu manto, que desse encontro mágico e universal chamado carnaval canta a conquista dos portugueses sambistas e exalta na Avenida o enredo Ora pois, pois... Tem Paticumbum à Vista!
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domingo, 22 de junho de 2008
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