quarta-feira, 25 de junho de 2008

Bateria da Acadêmicos da Abolição tem time de peso


Os diretores de bateria Claudinho e Henrique (foto), indicados pelo antigo mestre Daniel da escola de samba Acadêmicos da Abolição, chegam à escola para preparar a equipe de ritmistas para fazer o melhor no Carnaval 2009.

Com uma proposta particular, a dupla pretende resgatar o samba das décadas de 80 e 90, entretanto fará uso da modernidade. O objetivo de Cláudio e Henrique está direcionado em refazer uma bateria nos moldes do que aprenderam e admiravam. Os diretores têm a preocupação em não deixar que o antigo samba seja esquecido, para que ele continue com seu ritmo, sua cadência.

"_Estamos perdendo a essência do samba", lamentou Henrique.

Henrique e Cláudio não gostam do título de mestres de bateria porque acreditam que isso os distancia dos ritmistas.

"_Não existe mestre de bateria sem ritmista, mas existe ritmista sem mestre porque qualquer grupo pode se reunir e fazer uma batucada, uma roda de samba. Não queremos que haja obstáculos entre nós e a equipe. São todos importantes para a bateria", explicou Cláudio.

Outra questão levantada pelos diretores foi a apresentação do Carnaval.

"_Hoje, nós fazemos show na Marquês de Sapucaí, mas antes fazíamos Carnaval. Agora há a preocupação com o espetáculo e nada pode sair errado quando antigamente o objetivo era a diversão", observou Henrique.

Segundo Cláudio, o samba não é mostrado na televisão. Na concepção dele, as pessoas que trabalham o ano inteiro para o Carnaval não recebem o tratamento que merecem.

"_A TV transmite o desfile, mas não se vê direito a ala das passistas, das baianas. Só mostram as celebridades. Quem batalhou pela escola o ano inteiro não é reconhecido", disse o diretor que sente saudades da cobertura feita pela saudosa TV Manchete. "A Manchete era uma emissora que valorizava o nosso trabalho, independentemente do grupo. A cobertura era completa", finalizou ele.
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