domingo, 20 de julho de 2008

3º edição do Encontro Internet-Carnaval comemora 10 anos da Rio-Carnaval


O Centro Cultural José Bonifácio, foi palco neste sábado, 19, da 3º edição do encontro Internet-Carnaval. Juntamente com o evento, a Rio-Carnaval, a primeira lista de discussão sobre assuntos carnavalescos da Internet, comemorou aniversário de 10 anos de fundação. O criador da lista Felipe Ferreira, estava presente e foi o mediador da mesa de debates que contou com a participação dos jornalistas Simone Fernandes, Roberta Carvalho e Marcelo Mello, além do Puxador e Pesquisador Ricardo Delezcluze.

O encontro visava discutir a relação do Carnaval com a Internet. Nos últimos 10 anos, o público que gosta de carnaval pôde acompanhar, tudo relacionado ao tema, participando de fóruns e listas de carnaval. A Lista Rio Carnaval foi laçada em 15 de julho de 1998, e reuniu uma série de amigos no campo virtual. A partir das discussões que ocorriam no site, os membros decidiram fazer um encontro real, sete anos após o lançamento dessa lista, para trocarem idéias sobre a relação carnaval-internet.

Além do tema em destaque, foram abordados conforme o decorrer das discussões diferentes assuntos, desde a relação entre os novos sites (como as comunidades sobre escolas de samba existentes no Orkut) e as listas de discussões mais antigas, passando pela importância do Carnaval como notícia e o espaço dedicado ao mesmo na mídia impressa, até a criação de ligas de escolas de samba virtuais. Outro tema de grande relevância foi citado pela jornalista Simone Fernandes, no qual ela destacou a importância da integridade das notícias que circulam nos sites ou listas de carnaval. Segundo Simone, “...todo mundo que escreve nesses fóruns, tem que ter um cuidado extremo antes de postar alguma coisa”, pois existem muitas pessoas que utilizam as listas de discussões para disseminar boatos e mentiras.

Para a jornalista e pesquisadora cultural, Roberta Carvalho, a internet oferece uma amplitude e uma liberdade muito grande e é isso que a encanta. As pessoas têm a oportunidade de opinar e/ou comentar sobre qualquer notícia e muitas vezes não precisam nem se identificar. Ele disse também que na internet dá para se habituar mais às necessidades do leitor, já nos jornais impressos, fica mais difícil por conta da tradição e dos vícios dos próprios jornais.

O jornalista e jurado do Estandarte de Ouro, Marcelo Mello, disse que as escolas de samba poderiam ter um espaço maior na imprensa e que o assunto “samba” tem muita importância. Como exemplo, o jornalista citou a morte de Jamelão, que não gostava de dar entrevistas aos jornalistas, mas que na sua morte houve uma grande cobertura. “Jamelão era um personagem, por isso, teve uma cobertura jornalística tão grande”, disse Marcelo.



O pesquisador Ricardo Delezcluze encerrou a mesa-redonda falando sobre os desfiles de Escolas de Samba Virtuais. Segundo ele, essas escolas já existem há seis anos e a Liga foi fundada por um menino de 13 anos, Miguel Paul. O número de adeptos a esse novo estilo do carnaval cresceu e profissionais que trabalham em escolas de samba reais, também passaram a fazer parte dos desfiles virtuais.

Após a mesa de debates, foram apresentados os resultado da enquete os melhores da década (1999/2008): Os melhores sambas do Grupo de Acesso, os melhores enredos, os melhores desfiles e os melhores sambas do Grupo Especial na voz de Paulinho Mocidade. Em clima de confraternização, deu-se início a terceira e última parte do evento, um coquetel comemorativo aos 10 anos da primeira lista de carnaval da Internet, a Rio-Carnaval.

Por Mariana Barreto e Vitor Hugo Tavares
Fotos: Wilson Infantino

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